Alternative Press: Hayley comenta sobre o All We Know Is Falling
Por em 19 de agosto de 2015

Na edição de setembro da revista americana Alternative Press, Hayley Williams é entrevistada sobre o All We Know Is Falling, primeiro álbum de estúdio da banda e que completa uma década neste ano. Além da entrevista, Kika Chatterjee, fã da banda e auxiliar de edição da AP, também comentou sobre o álbum. Confira abaixo:

Quando você lembra do All We Know Is Falling, tem algum momento específico ou alguma canção dos quais você se orgulha?
Amo todas as músicas, mas tenho muito orgulho de “Never Let This Go” e “Franklin”. “Never Let This Go” é a que me faz lembrar de estar entrando para ensaiar. Ouvir as guitarras enquanto eu pensava na letra, foi o momento que me toquei que soávamos mesmo como uma banda. “Franklin” eu lembro vividamente do instante que estava gravando-a. Foi a primeira vez que tive orgulho de gravar uma canção lenta.

Você só tinha 16 anos quando saiu o primeiro disco. Daria algum conselho de composição para sua versão adolescente?
Tivemos muito tempo pra gravar esse CD e fico feliz por isso, porque consigo sentir cada momento que eu estava vivendo naquelas letras. Cometi muitos erros e ouvi pessoas erradas – até amigos. Mas eu realmente acredito que as coisas acontecem por um motivo, então eu faria tudo do mesmo jeito. Acho que diria apenas “Você está no caminho certo. Você está dando seu melhor e se tiver sorte, ainda vai cometer uns bons erros pelo caminho.”

Alguma lembrança importante do processo criativo deste álbum que ninguém saiba?
Em alguns momentos, a gente sabia que o John Janick [CEO da Fueled By Ramen] ia trabalhar conosco. Ele viria ao estúdio pra ouvir no que estávamos trabalhando e era pra gente estar ensaiando. Só que a gente saia pra ir ao cinema ou fazer outra coisa. [RISOS]
Eu só sei que eu era uma criança. É estranho pensar no quanto a gente era jovem. Mesmo tendo uma banda própria e tendo uma carreira, éramos crianças que queriam ser legais e aprontar.

Qual sua reflexão sobre esse álbum?
Acho que muita gente não gosta de ouvir seu primeiro disco porque é como ler seu próprio diário. Eu particularmente tenho muito orgulho – sem brincadeira – daquele álbum. Tipo, muito mesmo. É incrível olhar para trás. Não tenho muitas fotos de anuário, acho que só tenho até o 7ª série. Mas tenho CDs que posso escutar e letras que escrevi para lembrar exatamente o que eu estava fazendo e pensando naquele momento. Isso é maravilhoso.

Steve Robertson, o representante do Paramore na Atlantic Records, foi quem teve a ideia de deixar com que o All We Know Is Falling construísse sua credibilidade só com o boca-a-boca ao invés de utilizar estratégias de promoção. Mas não tem como negar que foram os vocais de Hayley Williams aos 16 anos que trouxeram o Paramore para os holofotes – e os mantiveram lá – no cenário emo masculino. O espírito do Paramore ainda reina. Ouvir a este disco é como ler seu diário da escola (caso não seja vergonhoso): o álbum traça um laço entre convicção, crença num amor jovem e desdém por aqueles que te fizeram mal. Músicas como “Emergency” e “ All We Know” têm uma grandiosidade que talvez soasse desonesta se não fossem tocadas por adolescentes, e a que se destaca, com certeza é “Pressure” (“some things I’ll never know/and I had to let them go/I’m sitting all alone/feeling empty”) a passagem que prova que Williams já via grandes coisas para si, assim como a banda soube esse tempo todo que fariam um sucesso monumental. A grande estreia do Paramore foi impiedosa e barulhenta, apesar de ser uma banda ainda amadora. Em 2005, Josh Farro era o membro mais velho da banda, no momento, com 17 anos e seu irmão Zac, tinha 15. A banda tinha acabado de perder seu integrante mais velho – que depois retornou – Jeremy Davis, o que causou muito impacto para eles (o lugar vazio no sofá é uma alusão à sua saída). Além disso, o Paramore estava em turnê com bandas mais pesadas na qual todos os integrantes eram homens, o que poderia facilmente ter feito deles os “azarões”. Ao invés disso, o grupo combinou acordes marcantes e refrões potentes (“Brighter” e “Whoa”) que foram os gritos de guerra da revolução que eles iniciaram. É a sinceridade inocente do “All We Know Is Falling” que traz essa nostalgia; faz com que você sinta falta de sentir o amor, o ódio e a tristeza tão intensamente como você sentia antes de realmente entendê-los.” – Kika Chatterjee

Fonte/Scans:

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Tradução e adaptação: equipe do Paramore BR